Champion
"Qual é o sentido de manter contato com a gorota pela qual você esta apaixonado, quando se está morrendo..."
Resenha:
Ninguém iria imaginar, lá no começo da trilogia, que Day, o guri criminoso mais procurado pelo país estaria do lado da República dois livros depois, após interromper uma revolução e ajudar Anden, o filho do antigo Eleitor, a se manter no poder. Tudo mudou com esse acontecimento, até mesmo a relação de Day com June, a prodígio da República.
Quando tudo parece estar em paz, Day fica sabendo que seu problema no cérebro o está matando lentamente e ainda lhe restam apenas alguns meses de vida, tudo o que pensa em fazer é se afastar de June, que agora trabalha para o novo Eleitor, e não fazer com que ela sofra. Porém, uma ameaça de praga ronda as fronteiras entre a República e as Colônias e os dois são obrigados a se juntar para combatê-la, já que os combatentes das Colônias acham que a República criou um vírus propositalmente e agora exigem que uma cura seja encontrada, e rapidamente. Como vocês podem imaginar, uma guerra pode estar prestes a explodir!
Os diferentes pontos de vista utilizados, sendo um capítulo para June e outro para Day, sempre intercalando-se, trouxeram um dinamismo muito grande à leitura e torna tudo mais simples e agradável de se ler, pois conseguimos identificar as angústias, medos e pensamentos de ambos sem precisar ficar imaginando o que está se passando em suas cabeças.
Não sei dizer exatamente qual é o melhor livro da trilogia, mas Champion nos traz aquela sensação de que a qualquer momento algo importante irá acontecer, algo que possa mudar o rumo de tudo. Cada capítulo, assim como nos outros livros, é meio frenético, cheio de coisas importantes acontecendo ao mesmo tempo. O que acontecerá com a República se as Colônias resolverem atacar com tudo? Será necessário fazer alianças para sobreviver? Quem é o Paciente Zero que todos precisam para achar a cura para a praga? Day e June ficarão juntos? Essas são questões que rebatem na sua cabeça o tempo inteiro e só lendo para descobrir todas as suas respostas.
Quando comecei a ler a trilogia, láááá com Legend uns 2 anos atrás, achei que iria me deparar com mais uma distopia fraca e com tudo centrado em um mísero romance entre os personagens principais, mas com Legend/Prodigy/Champion é um pouco diferente. Existe romance sim, e bastante, mas esse romance é importante para a história, faz os personagens terem atitudes extremas, importarem-se com coisas que nem pensariam, não é simplesmente um romance jogado ali no meio para fazer duas pessoas ficarem juntas.
A escrita de Marie Lu é simples, intrigante e bem acelerada, sempre mantendo o foco do leitor. Não espere nada muito adulto, mas fique sabendo que as horas gastas com esse livro/essa trilogia são recompensadoras e ao final você saberá que o tempo investido valeu a pena. Torço muito para que Legendtorne-se um sucesso aqui no Brasil como é lá fora, principalmente nos Estados Unidos, e acredito que o a trilogia tenha potencial para chegar num patamar BEM maior que Jogos Vorazes e Divergente, por exemplo.
OBS: Meninas sentimentais choraram ao final desse livro...